quarta-feira, 6 de maio de 2009

Já conheço o final... - 06/05/09 -


Quantas vezes a história vai se repetir? Quantos finais assim ainda terei que assistir? Impotente, sem chance de reagir... Sem chances de lutar pelo que acredito, por quem acredito... Quantas noites mais sem dormir? Quantas garfadas de comida sem sentir o gosto? Quantas caminhadas rumo ao nada? Quantos litros de cerveja e quantos maços de cigarro são necessários para me punir? Para me consolar? Quantos conselhos ainda terei que ouvir? E quantos terei que calar? Quantos terei que engolir? Pensar que a vida está só começando as vezes me parece assustador... Ouço e vejo diariamente as pessoas se perdendo e se contradizendo nas próprias convicções e aí não posso falar nada porque vivi pouco... Só que ao mesmo tempo tenho a responsabilidade de assassinar um amor verdadeiro... Porque para isso já vivi muito...

Esta nada mais é do que uma história sem culpados e sem inocentes reais... Sem vítimas... Uma história com começo, meio e por mais que esteja difícil de aceitar isso... Que tem um fim... Um fim que já é um velho conhecido meu... Um fim aonde o preconceito prevalece... Aonde o medo prevalece... Aonde o egoísmo comanda... Aonde há conformismo... Um fim reacionário que me mostra realmente como sou fraco e pequeno... Um fim que me leva a cair novamente... Que me mostra como sou dramático, exagerado, sentimental... Me mostra como sou ridículo... Me mostra como as pessoas são ridículas... Todos perdidos em dúvidas, em atitudes impensadas em convicções duvidosas, em verdades absolutas... Distanciamento crítico é algo que se existe, está em extinção... Fui constantemente criticado por agir tendo me deixado levar pelas emoções, mas quando olho com calma... Todos fizeram de certa forma o mesmo...

O que sei que é bem real, é a dor que sinto... Há um desejo mórbido e doente que isso continue doendo... Que continue me matando aos poucos, me enfraquecendo... Talvez seja uma tentativa de fazer com que eu aprenda a lidar com tudo isso... Ou de repente seja apenas um sinal de desistência... Uma tendência a autodestruição... Sempre tem a opção de ser mais uma cilada dramática que faço para sentir pena de mim mesmo... Uma forma de instaurar toda minha mediocridade e exercitar uma autopiedade pífia, mesquinha...

Em contrapartida a tanta baboseira auto referencial, percebo que tudo isso nada mais é do que a tentativa de reprimir o sentimento mais puro e verdadeiro que já habitou essa pessoa de idéias perdidas e caóticas... Um amor que me fez atribuir um possível significado a tão gasta inocência, o significado real da tão surrada sinceridade... Um amor que me fez perceber que além de destruir, era possível construir... Me fez resgatar minha paciência perdida... Meu gosto por ensinar, meu gosto por aprender... Um amor que muitos julgam ser invenção da minha cabeça... Inconsequente... Um amor que poderia me destruir... Não ligo... Poderia me dilacerar... Ter que fazer com que esse sentimento adormeça, morra ou se transforme, é muito dolorido... Pode até ser necessário... Mas não é justo...

Em cada lugar que eu vou, sinto o seu cheiro, ouço sua voz... Em cada sorriso que vejo, identifico seu sorriso... Não há nada que eu faça q não me lembre... Não há nada que faça parar de doer... E não há nada que eu possa fazer para estarmos juntos... Eu a amo!!!

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