terça-feira, 5 de março de 2013

Uma Droga Chamada Amor - 05/03/13 - 4:11



Você sabe o que é o amor? Sabe mesmo? Acha complicado? Acha simples? Acha? Amor? Acha que é Hollywood? Acha que é Santa Cecília? O seu conceito de amar é composto de quantas receitas prontas? Quem te ensinou? Seus pais? A Bíblia? A escola? Acha que se resume a beijos e pernas entrelaçadas? Que se resume a corpos brancos e longilíneos? Que se trata de coerência? De respeito? De interesse? De longos vestidos e ternos alugados? Que se resume em alianças e contratos? Rebentos? Cartas e olhares, mãos e roupas íntimas? Bancos de trás?

Acha que é sobre sofrer? Trair? Acha que é sobre não ser correspondido? Sobre divórcio? Cegueira? Burrice? Brigas e ofensas? Acha que é um jogo? Um suspiro? Uma competição? Ciúmes? Acha que é sobre sentir ciúmes? Tem certeza que você pensa isso? Acha que é sobre ficar dias sem dormir? Acha que é quantidade? Que é qualidade? Quantos clichês compõem o amar? Pensa que é sobre lágrimas que borram? Rompem a realidade de um momento singular... Acha que é sobre corações disparados? Acha besteira? Acha que o amor é uma besteira? Acha que é para os jovens? Para os ratos? Acha que é sobre construir? Sobre matar? Sufocar?

Quantas doses de amor você aguenta? Acha que leva vantagem pela quantidade? Quanto dura o efeito? Quando precisará de mais? De outro, outra, outros? E quando a dose for diluída? E quando a música não lhe fizer mais dançar? Quando não sentir mais as asas? E Quando o tombo lhe arrancar sangue? Deixar-lhe violento ou sem chão? Vai aumentar a dose? Vai chorar? Vai implorar?

Não adianta você querer me curar... Desintoxicar... Não há salvação para aqueles que não querem se salvar. O vício lhe toma a alma antes do segundo ato... A viagem é longa e lenta, a sensação é de poder, pura ilusão. Os olhos pesam e quando percebe já está imerso em seu sonho mais selvagem.

Quando passa leva consigo tudo o que um dia você almejou ser, ter e sentir... Todos os lugares são vestígios daquilo que lhe queima como o fogo que fora esquecido por deuses maltrapilhos em alguma era decadente.

Qualquer outro toque será resquício daqueles dedos, daqueles lábios... Qualquer loucura será brincadeira de criança...
E quando estiver no escuro, em silêncio, escapara debilmente entre seus dentes como um sopro displicente o mais batido dos clichês:

“... te amo...”



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